quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Cruzeirense

Aí o taxista caladão solta:

-Você é cruzeirense ou atleticana?

-Não sou nenhum. Não gosto de futebol, nem na copa eu torço mais.

-Ah! Porque atleticano aqui... (e aponta pra fora da janela, como se dizendo "Rua!")

-Não, não. Não sou atleticana não.

Na verdade eu estava com um sono descomunal, desses de dormir de madrugada e acordar ainda de madrugada. Tudo pra chegar atrasada mesmo assim. Como sempre. Na verdade, também, não é tão verdade isso que eu disse pro taxista cruzeirense. Eu não torço mesmo, não sei nome de jogador nenhum, nem os campeonatos perdidos ou ganhos, ou que dia tem jogo; mas confesso que bem lá no fundo, bem no fundo mesmo tenho um pouquinho de atleticana honrando as tradições paternas.. tenho até uma camisa, tamanho 6, quando o patrocínio era da TAM. Tentei usar de baby-look há uns anos e fiquei presa, precisei de ajuda pra tirar depois, e nunca mais vesti.

Além do mais, como a família da minha mãe é em massa cruzeirense, eu já me acostumei a ser neutra até naquele pedacinho bem pequeno de Galo, que fica guardado bem no fundo. Mas admiro o cruzeiro, essa coisa da torcida de antigamente, mireirão e tudo mais...

Nesse dia me peguei pensando algumas vezes no Cruzeirense. Achei mesmo que eu deveria ter dito que era alguma coisa, ou pelo menos continuado a conversa do chatíssimo futebol. Talvez ele preferisse que eu fosse atleticana, pra ir contando vantagem do seu amado time, "eterno vencedor", da Serra até o Coração Eucarístico. Fiquei pensando nisso... mas ai, o sono...

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